Futebol: Investimentos com rendimento adiado
Como em quase todos os períodos de defeso, Benfica, Sporting e FC Porto abriram os cordões à bolsa e investiram vários milhões (sobretudo águias e dragões). Porém, avaliando os jogadores que mais custaram a cada um dos clubes, parece claro dizer que nenhum conseguiu ainda a afirmação total.
Comecemos por Ryan Gauld, que parece ser o jogador com maior margem para um 'desconto' nesta análise. Afinal, o criativo escocês chegou a Alvalade com o intuito de passar por uma fase de crescimento e evolução antes de ser aposta da equipa A.
Chegou por 2,8 milhões de euros (mais 200 mil euros que Jonathan Silva, o segundo mais caro) e com o rótulo de «Messi escocês», estando a ambientar-se ao futebol português por intermédio da equipa B, onde tem sido titular.
Com 18 anos, é visto como uma aposta de futuro e que ainda terá mais algum tempo de adaptação antes de passar para o foco dos maiores holofotes.
Samaris longe de Matic e Fejsa
Com a necessidade de contratar um jogador que desse garantias num meio-campo sem os lesionados Fejsa e Rúben Amorim e com Enzo Pérez sempre a 'tombar' para Valência, Luís Filipe Vieira realizou um desejo de Jorge Jesus e contratou Andreas Samaris.
O médio grego custou 10 milhões de euros e assinou por cinco temporadas, ficando com uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Ficou no banco na receção ao Sporting, numa altura em que a sua chegada era muito recente, mas foi a jogo logo depois, em Setúbal, onde fez 90 minutos.
Porém, essa foi apenas uma das duas vezes (a outra foi com o Arouca) em que fez um jogo completo. É certo que jogou todos os jogos desde então (com exceão para a ida à Covilhã, onde Jesus poupou quase todos os titulares), mas com rendimento ainda longe dos seus antecessores, tendo sido suplente utilizado em duas ocasiões e chegando mesmo a sair ainda na primeira parte de uma partida, contra o Moreirense, onde não se estava a mostrar adaptado às circunstâncias do jogo.
Ádrian com muitas sombras
Chegou ao Dragão com o título espanhol no currículo e a final da Liga dos Campeões também, onde foi decisivo nas meias-finais contra o Chelsea, em Stamford Bridge. Sendo um dos nomes mais desejados por Julen Lopetegui, foi também dos primeiros a chegar, pelo valor de 11 milhões de euros por 60% do passe.
Só que tem sido mais no banco e na bancada que o avançado tem estado, ao invés do relvado, onde os adeptos mais contavam vê-lo atuar. Em 1260 minutos possíveis, Ádrian López fez apenas 373, muito curto para o peso (financeiro) que transporta aos ombros - é o 15.º mais utilizado por Lopetegui.
Nas extremas ou no meio, o jogador tem a polivalência como ponto a favor, mas tem visto vários nomes 'passarem-lhe a perna'. Jackson Martínez, Brahimi, Óliver Torres, Tello ou Quintero são jogadores que estão à frente do espanhol nos minutos, com Quaresma a ter menos 8 minutos.
Foi titular em quatro partidas e fez os 90 minutos em três delas, se bem que em jogos (Paços de Ferreira, Moreirense e BATE Borisov) sem exigência máxima. Na outra vez que foi titular (contra o Sporting para a Taça de Portugal), essa exigência surgiu e Ádrian López não esteve à altura do que se esperava dele.