Futebol: Águia de asas cortadas no Minho (2x1)

Muita confusão, muito nervosismo e um árbitro que não soube segurar um jogo que teve uma primeira parte digna de registo. Acabou mal, com confusão entre os jogadores, e com a derrota do Benfica (2x1).

Domínio repartido numa primeira parte muito boa

O Benfica entrou no estádio minhoto pressionado pelas vitórias de FC Porto, Sporting e Vitória de Guimarães e, como vem sendo hábito em alguns jogos desta época, teve uma entrada avassaladora. Ainda as equipas se estudavam, ainda alguns adeptos se sentavam nas cadeiras do Axa e já Talisca colocava as águias na frente. Eliseu arrancou pela esquerda, combinou com Gaitán, El Zurdo devolveu a bola ao internacional português que entrou na área e entregou para Talisca empurrar para o fundo das redes bracarenses.

Jonas começou no banco
Lima foi titular na frente de ataque benfiquista e Jonas começou no banco. Samaris regressou ao meio-campo. Do lado SC Braga, Conceição não teve o lesionado Zé Luís e colocou Éder no ataque.

O golo do miúdo brasileiro, aos 2 minutos, não queria, de qualquer das formas, indiciar um passeio pelo Minho. A ideia de que o assunto estava prematuramente encerrado podia complicar a vida aos rapazes da Luz. Por isso, Jorge Jesus ia pedindo muito jogo exterior aos seus atletas. Sempre com Lima e Talisca em constantes movimentações na frente, Salvio e Maxi na direita, Gaitán e Eliseu na esquerda faziam "30 por uma linha" aos adversários que não conseguiam acalmar a euforia do futebol benfiquista.

Os encarnados dominavam como queriam. Sérgio Conceição, no banco, berrava para dentro de campo mas o miolo minhoto, que em outras alturas segurava bem os adversários com as linhas bem subidas, não conseguia tirar dinamismo a futebol dos campeões nacionais. Muitas vezes, os bracarenses tiveram mesmo de recorrer à falta para travar o ataque das águias.

 

Era, pois, um Benfica forte, a ter muito espaço para as transições e a criar muito perigo aquele que se via no relvado do estádio minhoto. Mas o jogo estava rápido de parte a parte e o SC Braga, sempre que podia, espreitava uma jogada de ataque. Ora, foi na resposta a um contra-ataque das águias que o SC Braga empatou. Tiba travou uma transição das águias, a bola sobrou para os homens da frente dos minhotos que, aproveitando um Benfica descompensado atrás, marcaram o golo do empate por Éder.

Bola cá, bola lá e os jogadores estavam ligados a um jogo que virou nos últimos minutos do primeiro tempo. O SC Braga ganhou presença no meio-campo e obrigou o Benfica a passar por dificuldades. A equipa de Sérgio Conceição cresceu com o golo do empate e o conjunto de Jorge Jesus sentiu muito o tento sofrido.

Boa casa em Braga
21 mil e 78 adeptos estiveram nas bancadas do Estádio Municipal de Braga.

Ao intervalo, um empate justo para duas equipas que estiveram sempre preocupadas em proporcionar um bom espetáculo de bola.

No segundo tempo, o Benfica voltou a ser aquilo que se tem visto nos últimos tempos. Com um bloco unido mas uma defesa muito subida (e enquanto Enzo e Samaris procuravam acertar o passo), o ataque "mastigava" muito a bola. O SC Braga, bem a ligar o meio-campo, recuava Tiba e adiantava Danilo e essa rotina dificultava a tarefa ao Benfica.

Mas o jogo estava longe (muito longe) do que se viu na primeira parte. Muitas faltas, muito nervosismo e os campeões nacionais escondidos da partida.

Jesus percebeu isso e arriscou. Colocou Jonas em campo e retirou Samaris. Talisca recuou e Enzo ficou com as despesas no meio-campo. Havia mais espaço para ataques rápidos dos minhotos mas o Benfica tinha de apostar em busca dos 3 pontos e o SC Braga já acusava algum desgaste.

Mas foi um homem "fresquinho" (tinha entrado já no segundo tempo) que marcou o segundo golo dos minhtos. Ruben Micael, que minutos antes agrediu Jonas e apenas viu amarelo quando devia ter visto vermelho, meteu a bola para Salvador Agra, na esquerda, este puxou para o meio e disparou forte junto ao poste. 2x1 para o SC Braga. Festa minhota nas bancadas.

Depois do golo, muitos lances polémicos e o árbitro a assumir o papel principal. Marco Ferreira não soube segurar o jogo e a partida acabou com os nervos em alta de parte a parte com imagens que, por certo, vão correr o mundo.

Já nos descontos, ainda houve tempo para o guarda-redes do SC Braga brilhar. Matheus, por duas vezes, negou o golo do empate.

No final das contas, o SC Braga venceu e o campeonato está (ainda mais) animado.