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Reportagem: Taça de derradeiras oportunidades

Já afastados da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal, aos jogadores do Benfica sobra a Taça da Liga. Para os que não jogam com regularidade, os jogos de janeiro significam derradeira oportunidade de somar créditos na caderneta de Jorge Jesus.

Nesta situação estão vários nomes, da baliza ao ataque, que em seguida analisamos, com base nos números até agora conseguidos. Tendo o Benfica um longo plantel, tratam-se estes de jogadores cujo futuro para a segunda metade da temporada não está garantido na Luz.

Artur Moraes: Já por várias vezes anunciado como inevitavelmente 'morto' para singrar na equipa encarnada, o brasileiro vai permanecendo no clube e até já foi herói na conquista da Supertaça. Contudo, tal não chegou para convencer a plateia, que foi vendo alguns deslizes e que não conseguiu voltar a confiar totalmente no número 1, que perdeu o lugar para Júlio César. Regista 12 jogos esta temporada.
 

Adeptos esperavam mais de Lisandro ©Carlos Alberto Costa
 

Lisandro López: Do internacional argentino esperava-se que fosse o sucessor natural de Garay. Começou a época com uma lesão e Jardel ganhou-lhe o lugar, só que a lesão do brasileiro em Leverkusen abriu-lhe as portas da afirmação. Portas que pareceu não conseguir aproveitar nos seis jogos que fez. Neste momento, é quarto central, com César à sua frente.

Loris Benito: Tal como Lisandro, também teve uma porta aberta com a lesão de Eliseu, o titular do posto. Só que já tinha dado sinais preocupantes na Covilhã e Jorge Jesus deu a entender que ainda não confia no suíço, ao escolher André Almeida para a lateral esquerda. Fez cinco jogos até agora.

Pizzi: É, provavelmente, o jogador desta lista que mais tem a ganhar com a Taça da Liga. Num mês em que Jesus deve perder Enzo Pérez, abre-se a vaga da posição 8 e o técnico já disse várias vezes que o internacional português está a ser trabalhado para a posição. O jogo para a Taça contra o SC Braga não correu bem, mas a oportunidade para Pizzi, que tem oito jogos até agora (dois como titular) deve voltar a aparecer.

Sulejmani: Tem tido uma passagem azarada pela Luz, com muitas lesões. A de Turim, na final da Liga Europa da época passada, tirou-o dos relvados até agora, mas já se sentou no banco contra o Gil Vicente e deve voltar à competição para mostrar ao treinador que é carta que conta.



Bebé tem aparecido com mais frequência ultimamente ©Carlos Alberto Costa
 

Bebé: Jogou na Supertaça e teve que esperar dois meses para voltar a merecer a confiança, mas tem jogado mais regularmente nos últimos tempos. Jorge Jesus já deu a entender que há muito trabalho a fazer com o português de 24 anos, que ainda está em fase de aprendizagem e que parece contar para o técnico, a médio/longo prazo.

Derley: Não parece ter o lugar em risco, embora também não deva estar satisfeito por ver Lima, Jonas e Talisca serem habituais opções à sua frente. Nélson Oliveira saiu e isso é uma boa notícia para o brasileiro, que tem 18 jogos, mas apenas seis como titular e somente um golo.

Franco Jara: O jogador desta lista que menos margem parece ter no plantel. Foi lançado na primeira jornada contra o Paços e foi titular no Bessa logo depois, só que nunca mais apareceu, dando a ideia de que deixou de contar para o treinador. Se surgir alguma brecha nesta Taça da Liga, terá que se atirar com tudo para evitar a saída em janeiro.

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Reportagem: Um Ángel que quer sair da sombra

Internacional Sub-20 e Sub-21 por Espanha, José Ángel já ganhou os Jogos do Mediterrâneo em 2009 e o Campeonato da Europa de Sub-21 em 2011. A cumprir a primeira época de dragão ao peito, o asturiano tarda em agarrar um lugar na formação de Julen Lopetegui até porque a concorrência é forte e dá pelo nome de Alex Sandro. Porém, o espanhol pode agora ter nova oportunidade para mostrar serviço. Em Vila do Conde, onde o FC Porto começa a sua caminhada na Taça da Liga, Ángel deve ser uma das novidades do técnico azul e branco.

Ángel chegou este ano ao FC Porto ©Catarina Morais
 

Com quatro jogos oficiais com a principal camisola dos portistas, esta época, Ángel procura agarrar a oportunidade de se fixar como opção válida e tentar sair da sombra de Alex Sandro, dono e senhor do lado esquerdo da defesa do emblema portista. De resto, Ángel não soma qualquer minuto oficial desde a derrota do FC Porto com o Sporting, em outubro, em partida da Taça de Portugal.
 

José Ángel
FC Porto
Total
4 Jogos   360 Minutos
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Aos 25 anos, o canhoto soma passagens pelo Sporting Gijón, pela AS Roma e pela Real Sociedad mas ainda não se afirmou na equipa do FC Porto, cenário que este espanhol, adepto de Fórmula 1 e basquetebol, espera contrariar agora.

Ora, sendo de esperar algumas mudanças por parte de Lopetegui na visita a Vila do Conde, José Ángel está na linha da frente para avançar para o onze portista.

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Reportagem: O golo que tirou Kabi do anonimato no jogo em que defrontou o ídolo Éder

Não é esta uma história única e inédita, mas não deixa de ter relevo pela forma como a magia da Taça de Portugal é capaz de catapultar uma carreira. Kabi ainda tem pouco nome no futebol, mas, com apenas 20 anos, já se prepara para um longo salto.

Clubes interessados não lhe faltam e Alcaíns não será certamente a sua residência a partir de janeiro. Não por falta de vontade, pois o jogador já conquistou todos no clube onde é imprescindível, mas sim porque outros voos lhe estão destinados.
 

''Éder disse-me que tenho muita qualidade e que posso chegar longe

«Vim para cá à procura de um futuro melhor. As coisas aqui não são como eu pensava, percebi logo que tenho que trabalhar muito para conseguir alcançar aquilo com que sonhei, que é ser jogador profissional e atingir o top. Acredito que estou no caminho certo, escolhi um agente que me tem ajudado e em quem confio para me ajudar. Para além das minhas capacidades, claro», confiou o jogador, em entrevista à A Bola TV.

Para tal, muito contribuiu o jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal. Contra o SC Braga, que depois disso eliminou o Vitória em Guimarães e o Benfica na Luz, Pedro Tiba fez o 1x0 logo aos 6 minutos, só que o golo do empate do Alcaíns, alcançado à meia hora de jogo, teve a particularidade conseguir irritar Sérgio Conceição, de tal forma que o bracarense nem esperou pelo intervalo para mexer na equipa.
 

Jogador tem mostrado serviço no Alcaíns ©Arquivo Pessoal do Jogador
 

Os minhotos venceriam por 4x1, mas já nada atenuaria a alegria do guineense Kabi, obreiro daquele momento: «O SC Braga é a segunda melhor defesa do campeonato [atrás de Benfica e FC Porto], portanto foi um golo muito importante para mim e para a equipa, pois fizemos o empate. Pena que depois não tenhamos tido andamento para eles».

Além da proeza, com que muitos jogadores sonham na Prova Raínha, o atleta teve a particularidade de ver, do outro lado do campo, uma das suas referências.

«Gosto muito do Cristiano Ronaldo, claro. Mas também tenho outra referência em Portugal, que é o Éder, que é um pouco parecido comigo... ou eu é que sou um pouco parecido com ele [risos]. Já falámos depois do jogo, deu-me conselhos e fiquei bastante contente, pois ele disse-me que eu tenho muita qualidade e que posso chegar longe», exultou.

Com características parecidas com o ponta-de-lança da seleção portuguesa, Kabi não encontra justificação para jogadores desse estilo não serem totalmente aceites pela globalidade dos adeptos.
 

Kabi
Taça de Portugal 2014/2015
3 Jogos   289 Minutos
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«Não podemos agradar a todos e nunca seremos apreciados por toda a gente. Há quem goste e quem não goste», limitou-se a dizer o avançado, que tem «crescido muito» desde que chegou a Portugal e que confessa ter bastante mercado, para o qual se sente pronto.

«Estou sempre preparado, trabalho para estar pronto para qualquer desafio. Eu e o meu empresário já recebemos convites e abordagens aqui de Portugal e também do estrangeiro. Estamos a analisar propostas da Primeira e da Segunda Liga», terminou.

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Reportagem: Partilha balneário com Jovetic, travou Ibrahimovic e joga... na Segunda Liga

Vukcevic não é nome estranho em Portugal, mas não é de Simon que esta entrevista se trata. Nikola, médio montenegrino do SC Braga, anda pela equipa B à procura da oportunidade na principal. Enquanto isso, vai somando internacionalizações pela seleção de Montenegro, onde tem sido habitualmente titular.
 

''Jesualdo Ferreira foi o treinador mais importante que tive aqui. Deu-me oportunidade de jogar na primeira equipa e passou-me muita confiança. O mesmo está a acontecer com Fernando Pereira, atual treinador da equipa B do SC Braga, que também tem sido muito bom para mim

Esta dupla face do jogador suscita a pergunta se estará a ser desperdiçado por cá: «Não sinto que estou perdido, tenho muito para mostrar às pessoas», introduziu, na conversa com o zerozero.pt.

Chegou no verão de 2013 e o seu percurso estava a ser ascendente, pois entrava frequentemente nas contas da primeira equipa. Só que a situação mudou e o jogador não nega que possa ter sido por culpa própria.
 

Nikola Vukcević
2014/2015
9 Jogos   710 Minutos
0    1    1    0 2x


 

«Eu estava bem, estava a adaptar-me e a ganhar confiança com Jesualdo Ferreira, só que depois tudo mudou, não só por ele sair, mas talvez por culpa minha. Levei vermelho num jogo da Taça da Liga contra o Belenenses (5x0) e talvez isso tenha influenciado», considerou.

Com vontade de Primeira Liga

Para um internacional por Montenegro, não tem sido fácil lidar com a nova realidade. Esta época, apenas tem jogado na equipa B e ainda não teve oportunidade de falar com Sérgio Conceição. Agradecido ao clube que o descobriu e resgatou de um campeonato débil, o atleta não descarta poder ter uma experiência que o capacite para voltar e ser opção inicial no SC Braga.
 

O vermelho que Vukcevic lamenta ©Pedro Benavente
 

«Vou falar com o clube nos próximos dias e juntos vamos ver o que será melhor. Tenho contrato de dois anos e meio com o SC Braga, que é um grande clube e que tem grande equipa. O SC Braga deu-me uma excelente oportunidade, pois venho de um país pequeno e de um campeonato que é fraco. Fizeram-me muito feliz e eu quero continuar contente. Talvez eu precise de mais experiência para jogar na equipa principal, o empréstimo pode ser uma boa solução. Mas lá está, o SC Braga de certeza que vai decidir o que é melhor», considerou o médio.
 

Raio X [Jogador]
na/o
Nikola Vukcević   Montenegro
5 Jogos
0 Golos Marcados
2 Vitórias
2 Empates
1 Derrotas
 

E continuou, com recurso às insígnias de internacional que transporta: «Para mim, o melhor é jogar na Primeira Liga. Por empréstimo? É uma hipótese, mas só o SC Braga saberá o que é melhor para mim. Só que não posso negar que é importante para mim estar numa primeira divisão, eu jogo na seleção, ainda há pouco tempo joguei muito bem contra a Suécia (1x1), que é uma grande seleção e que tem Ibrahimovic, e estive bem, contra o Gana toda a comunicação social disse que fui dos melhores...».

Enquanto aguarda, o número 35, de 23 anos, vai olhando com expectativa para o calendário. Em março, voltam os compromissos da seleção, com a receção à Rússia, numa equipa com Jovetic, Vucinic e Savic e que deseja estar presente em França, em 2016.

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Futebol: Benfica tentará meter a sexta no Museu

No último jogo oficial do ano benfiquista, na terça-feira diante do Nacional da Madeira, a contar para a 1.ª jornada do Grupo A da Taça da Liga, a equipa encarnada começará a lutar pela conquista de um troféu que se confunde com o nome Benfica, uma vez que desde que foi criada, a Taça da Liga tem visto quase sempre as águias como vencedoras desta competição.

Benfica já conquistou a Taça da Liga por cinco ocasiões ©Catarina Morais
 

A grande prioridade em 2014/2015 é a conquista do campeonato mas Jorge Jesus não deixa de olhar para a Taça da Liga com um carinho especial, ou não repousassem nas vitrinas da Luz cinco troféus da mais jovem competição nacional do futebol profissional luso.

Com sete edições já realizadas, o Benfica tem sido o vencedor comum da competição que teve ainda no SC Braga, em 2012/2013, e o Vitória de Setúbal, em 2007/2008 (ano de estreia desta prova), outros vencedores.

Fora da Europa e da Taça de Portugal, a equipa de Jorge Jesus tentará por certo encaminhar a sua vida na Taça da Liga, tendo em vista uma possível conquista de um sexto troféu. E para o conseguir, a equipa encarnada pretende, desde já, vencer a equipa do Nacional da Madeira.

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A Bola Entrevista: Jorge Jesus: «Conquistar o campeonato nacional é o que mais desejo para 2015»

Jorge Jesus sabe da perfeição que 2014 representa para os adeptos do Benfica, que festejaram a conquista do campeonato, da Taça de Portugal, da Taça da Liga e da Supertaça. O treinador assume que gostaria de repetir o feito ao serviço do clube da Luz.

«Em termos de títulos», 2014 foi o melhor ano da sua carreira, admite Jorge Jesus, numa entrevista concedida ao jornal Record.

«O Benfica ganhou tudo o que havia para ganhar em Portugal, não é muito comum, e se fizer uma comparação com o ano desportivo no nosso país, foi perfeito». 

''Desejo que o Benfica continue na senda das vitórias para poder atingir os objetivos, que é conquistar novamente o campeonato nacional e a Taça da Liga. Isso é o que mais desejo para 2015

A frase, sem contestação, surge no seguimento da análise que o treinador fez ao ano que está prestes a terminar, assumindo o desejo de repetir o feito.

«Desejo que o Benfica continue na senda das vitórias para poder atingir os objetivos, que é conquistar novamente o campeonato nacional e a Taça da Liga. Isso é o que mais desejo para 2015», apontou, referindo-se aos únicos troféus que as águias podem conquistar esta temporada, depois de já terem sido afastadas da Taça de Portugal e das competições europeias.

«Sempre disse, ao fim de cada conquista, que repetir esse feito [conquistar quatro títulos num só ano] seria muito difícil. Não porque exista falta de qualidade no plantel, antes pelo contrário, mas sim porque todos sabemos que é muito difícil conquistar tudo. Aliás, se assim não fosse, mais equipas já o teriam conseguido, mas foi o Benfica o primeiro – e único – a tê-lo alcançado. Claro que gostaria de repetir o mesmo feito no futuro, no Benfica, mas todos temos a consciência das dificuldades. Agora, isso não me retira a ambição, mesmo que este ano já não seja possível», admitiu o técnico.

Os seis pontos que o Benfica possui, de vantagem, no topo da tabela classificativa, aumentam a tranquilidade das águias. A conquista do bicampeonato é um objetivo mas Jorge Jesus não embandeira em arco a vantagem.

«O campeonato nacional é o objetivo principal das grandes equipas em Portugal e o Benfica não é exceção. Desde a primeira hora que afirmámos que a reconquista do campeonato é a nossa prioridade e tudo faremos para conseguir o nosso objetivo. Ter seis pontos de vantagem, ao fim de 14 jornadas, significa que estamos hoje numa melhor posição do que quando começou a época, momento em que estávamos todos com zero pontos. Mas não dizem nada em termos de possível resultado final, até porque ainda nem terminámos a primeira volta da prova. Pela nossa parte, continuaremos o trabalho diário com a mesma entrega, em tudo igual ao que fazemos desde o primeiro dia, sempre com a ideia de ganhar o jogo seguinte, independentemente de termos ou não pontos de vantagem sobre a concorrência».

«Situação mais complicada para o Sporting»

Numa análise ao campeonato nacional, diz o treinador do Benfica que os dez pontos de distância a que está o Sporting na tabela classificativa representam uma situação «complicada», mais ainda porque tem dois adversários pela frente e não apenas um.

''A melhor prenda de Natal que queria era a recuperação de todos os jogadores lesionados, mas sabemos que, devido à natureza das lesões, ainda vai demorar

«É natural que a situação esteja agora mais complicada para o Sporting, até porque tem diferença para dois rivais. Não é apenas a desvantagem de dez pontos para o Benfica, são também os quatro pontos que tem de recuperar ao FC Porto. Considero, apesar de tudo, que continua como candidato. É cedo para excluir o Sporting da corrida. Seja como for, nós temos é de preocupar-nos connosco e pensar treino a treino e jogo a jogo. Não nos interessa olhar para os outros, mas apenas para aquilo que fazemos».

Janeiro, saídas e reforços

O departamento clínico do Benfica já teve menos ´clientes` e Jorge Jesus sabe que vem aí uma altura propícia para poder reforçar a sua equipa. Janeiro, no entanto, pode também representar perdas para o técnico das águias.

«A melhor prenda de Natal que queria era a recuperação de todos os jogadores lesionados, mas sabemos que, devido à natureza das lesões, ainda vai demorar. Em janeiro talvez possa ter um ou outro recuperado. Assim o espero e o desejo. Já falei diversas vezes sobre a situação do Enzo e volto a repetir: não tenho informações concretas sobre a sua possível saída. Se isso acontecer, terei, como no passado, de encontrar soluções», atirou, sem especificar nada mais sobre as notícias que colocam o médio a caminho do Valencia.

Frustração do adeus à UEFA

O adeus à Liga dos Campeões, que ditou também o afastamento da Liga Europa das águias devido ao último lugar do grupo C, foi a maior frustração até ao momento, assume Jesus.

O Benfica de Jorge Jesus venceu no Dragão na jornada 13 ©Catarina Morais
 

«Não queríamos ter ficado de fora, mas não há volta a dar. Sempre dissemos que o grupo que nos calhou na Liga dos Campeões era bastante difícil e que qualquer uma das equipas poderia ficar em primeiro ou em último... Infelizmente, ficámos nós, não o queríamos nem isso nos deixou contentes, mas temos de superar isso, olhando para as restantes provas em que estamos a competir com determinação para as vencer».

Estratégia do triunfo no Dragão

A vitória por 2x0, há poucos dias, em pleno estádio do Dragão, é algo que o Benfica não conseguia desde a temporada 2005/06.

«Já não tínhamos responsabilidade pontual no jogo da Champions, assim como o nosso rival, e deu para fazer uma gestão diferente, mas o sucesso nesse jogo ficou a dever-se à nossa qualidade como equipa e à estratégia utilizada», realçou.

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Futebol: A nova sensação de ser líder isolado na viragem do ano

O Benfica ainda vai jogar frente ao Nacional da Madeira para a Taça da Liga antes do término de 2014, mas a grande «vitória» dos campeões nacionais neste final de ano foi conseguir uma distância de 6 pontos sobre o segundo classificado e principal rival na luta pelo título, o FC Porto.

É a distância mais significativa desde que Jorge Jesus assumiu o comando técnico do Benfica e serve para colocar um cenário novo nos encarnados desde que o técnico de 60 anos sucedeu a Quique Flores no comando da equipa.

Nunca com Jorge Jesus o Benfica virou o ano civil isolado na frente da classificação, pelo que agora é a primeira vez que essa situação acontece e logo com 6 pontos de diferença. Uma vantagem que permite às águias partirem com mais segurança para 2015, até porque em breve vão perder um dos principais jogadores da equipa, Enzo Pérez, e contam com jogadores importantes lesionados, como são os casos de Luisão ou Salvio.           

                                                                                                                   O Benfica na viragem dos anos civis com Jesus

       
Época Posição Com Pontos
2014/2015 1.º   37
2013/2014 1.º FC Porto e Sporting 33
2012/2013 1.º FC Porto 32
2011/2012 1.º FC Porto 33
2010/2011 2.º   30
2009/2010 1.º SC Braga 33

Ao longo das cinco temporadas anteriores, o Benfica apenas por uma vez não terminou o ano no primeiro lugar. Foi em 2010/2011, quando terminou 2010 e entrou em 2011 no segundo posto, com menos 8 pontos que o líder FC Porto, nessa época orientado por André Villas-Boas. Nas restantes esteve sempre acompanhado na liderança. Em 2009/2010 era líder em igualdade pontual com o SC Braga, em 2011/2012 e 2012/2013 tinha a companhia do FC Porto no topo da classificação e na época transata o primeiro lugar era ocupado por Benfica, FC Porto e Sporting.

Além disso, Jorge Jesus também conseguiu a melhor classificação de sempre na viragem do ano. Nunca o Benfica tinha conseguido chegar aos 37 pontos com o atual treinador no comando da equipa. O melhor era 33 pontos, marca obtida em 2009/2010, 2011/2012 e 2013/2014.

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Futebol: Ricardo Quaresma a caminho dos 200 jogos de dragão ao peito

Ricardo Quaresma é uma figura incontornável do FC Porto. O internacional português cumpre a sua segunda passagem pelos azuis e brancos e foi no Dragão que sempre conseguiu recuperar o fôlego que antes parecia perdido na carreira, situação que o faz identificar-se com os clubes e os adeptos, assim como vice-versa.

 

Ricardo Quaresma é um dos jogadores com quem a massa associativa do FC Porto mais se identifica ©Vítor Parente
 

O extremo, que curiosamente se estreou oficialmente como sénior ao serviço do Sporting contra o FC Porto, é um dos jogadores mais acarinhados pela massa associativa e no próximo encontro, diante do Rio Ave, pode chegar ao jogo 200 com a camisola dos azuis e brancos em todas as competições.

Foi há pouco mais de dez anos, a 20 de agosto de 2004, que Ricardo Quaresma se estreou ao serviço do FC Porto, Na altura, o jogador tinha apenas 20 anos e chegava aos dragões após uma temporada menos positiva no Barcelona, para onde se tinha transferido em 2003 desde o Sporting. O extremo serviu como moeda de troca no negócio que levou Deco para Camp Nou e foi aí que começou uma história de amor que dura até hoje.

Em relação à estreia, Ricardo Quaresma não podia ter desejado que corresse melhor. Frente ao Benfica, em Coimbra, o extremo foi decisivo ao apontar o único golo do jogo e assim ofereceu a Supertaça Cândido de Oliveira aos dragões, que estavam numa profunda remodelação após terem conquistado meses antes a Liga dos Campeões.

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  Jogadores com 200 ou mais jogos pelo FC Porto  
  Jogador Número de Jogos
1.º João Pinto 587
2.º Vítor Baía 566
3.º Aloísio 474
4.º Fernando Gomes 451
5.º Virgílio 436
6.º Jaime Magalhães 409
7.º André 365
8.º Jorge Costa 383
9.º Domingos 379
10.º Hernâni 339
11.º Monteiro da Costa 330
12.º Custódio Pinto 327
13.º Drulovic 326
14.º Rodolfo Reis 325
15.º Frasco 317
16.º Paulinho Santos 316
17.º Rolando 314
18.º Helton 311
19.º Semedo 311
20.º Secretário 309
21.º Sousa 308
22.º Miguel Arcanjo 298
23.º Barrigana 296
24.º Nóbrega 295
25.º Capucho 275
26.º Lima Pereira 265
27.º Simões 260
28.º Américo 257
29.º Gabriel 252
30.º António Oliveira 249
31.º Carvalho 246
32.º Rui Barros 244
33.º Lucho González 241
34.º Fernando 236
35.º Alfredo Pais 234
36.º Carlos Duarte 231
37.º Adelino Teixeira 231
38.º Deco 229
39.º Valdemar 228
40.º Pavão 228
41.º Pinga 221
42.º António Teixeira 220
43.º Joaquim Machado 203
44.º Alfredo Murça 202
45.º Jaime Pacheco 202
46.º Guilhar 200

A importância de Quaresma foi crescendo e no final de cada temporada falava-se na possibilidade de ser transferido. Tal acabou por acontecer no verão de 2008, depois de no FC Porto ter conquistado uma Taça Intercontinental, três campeonatos, uma Taça de Portugal e três Supertaças Cândido de Oliveira. O Internazionale, na altura orientado por José Mourinho, foi o destino de Ricardo Quaresma mas o português jogou pouco e não foi feliz, apesar de ter colocado no currículo a conquista da Liga dos Campeões, de dois campeonatos italianos e de uma Taça de Itália. Mas pelo meio foi emprestado ao Chelsea, onde também não teve sucesso, pese embora tenha ganho a Taça de Inglaterra.

Do Internazionale mudou-se para a Turquia e para o Besiktas, onde foi recebido em euforia. O internacional português correspondeu às expectativas que os adeptos depositaram em si e voltou a ser um ídolo. Porém, os últimos tempos no clube de Istambul não correram bem, tendo sido afastado da equipa principal, e em 2012, depois de ter estado com Portugal no Campeonato da Europa, mudou-se para o Al Ahly, dos Emirados Árabes Unidos.

Parecia que o fim da carreira de Ricardo Quaresma estava a precipitar-se para o fim, mas há praticamente um ano acertou-se o regresso ao FC Porto, onde o extremo voltou a ser acarinhado e regressou às boas exibições, tendo mesmo regressado à seleção nacional, onde tem estado em plano de destaque. Hoje, Quaresma não é um titular absoluto no FC Porto de Julen Lopetegui, mas a verdade é que são poucos os jogadores que o são.

O jogador aprendeu a viver com isso e neste momento está prestes a atingir uma marca que reforça a sua posição e importância no clube: 200 jogos. Um número que nos últimos anos apenas foi alcançado por Helton, Lucho González e Fernando e que na história do FC Porto até hoje apenas 46 jogadores o alcançaram. Quaresma será o 47.º.

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Futebol: Benfica: o mais tardio, mas o que mais estrangeiros tem tido recentemente

Na reportagem levada a cabo pela A Bola TV sobre os estrangeiros em Portugal, o Benfica é o que apresenta a linha mais íngreme do gráfico, por se tratar de um clube resistente durante décadas à utilização de jogadores que não tivessem identidade portuguesa.
 

©Sérgio Oliveira
 

O primeiro só apareceu em 1979. Jorge Gomes, avançado brasileiro, foi o primeiro vindo de fora a vestir a camisola das águias (num 5x1 ao Vitória de Setúbal), clube que até então se orgulhava de resistir à tendência crescente e cada vez mais inevitável de ir para lá da fronteira buscar jogadores.

Porém, desde então o clube encarnado cresceu de forma vincada nesta vertente, chegando ao novo milénio como a formação que mais estrangeiros utiliza, em média, no onze.

É nesse período que se situam os seus jogadores com mais jogos (Luisão), títulos (Luisão) e golos (Cardozo), eles que jogaram várias épocas com Jorge Jesus, o treinador da década 10 do século XXI. A época mais acentuada é a de 2011/12, quando foram utilizados, em média, 10,31 estrangeiros por onze, numa equipa em que a base eram: Artur, Maxi, Luisão, Garay, Emerson, Javi García, Witsel, Gaitán, Bruno César, Aimar e Cardozo - Nélson Oliveira foi o português mais utilizado, surgindo em 18.º lugar no plantel desa época.

O último jogo das águias, em todas as competições, com um onze totalmente português foi na época de 1984/85, distam já quase 30 anos. Em março de 1985 frente ao Cova da Piedade, para a Taça de Portugal, num 4x0 com dois de Nené. Um onze que pode consultar em baixo.

No novo milénio, a tendência tem sido, como demonstra o gráfico, de grande maioria de jogadores estrangeiros no onze. Contudo, foi no final da época passada que o Benfica utilizou pela última vez em jogos oficiais um onze maioritariamente português: no Dragão, já campeão, na derrota contra o FC Porto (2x1) jogaram seis portugueses de início, um recorde no campeonato para Jorge Jesus ao serviço das águias.

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Futebol: Sporting: o mais português dos três grandes, embora já com estrangeiros em maioria

Conhecido pela aposta em jogadores formados no clube, o Sporting acompanha a tendência crescente de abrir portas ao jogador estrangeiro, mas é, em relação aos rivais, aquele que apresenta a curva menos acentuada, avaliando os números apresentados pela A Bola TV.
 

©Sérgio Oliveira
 

Tal como o FC Porto, os leões tenderam a uma utilização reduzida e quase uniforme ao longo das várias décadas do século XX, entrando na última (anos 90) com uma considerável mudança, extensível ao novo milénio.

Apesar de a primeira década do século XXI atér ter sido de redução ligeira face aos números de 90, foi maioriamente nesse período que jogaram o mais utilizado (Polga), o mais titulado (Tello) e o mais goleador (Liedson) dos jogadores estrangeiros que passaram pelo clube.

Com os anos 10 (atuais), o Sporting aumentou para números de maioria o número de estrangeiros, muito por culpa da temporada 2012/13, por sinal a pior no campeonato na história do clube (7.º lugar), altura em que só Rui Patrício, Adrien Silva e Cédric Soares figuravam no top-11 dos mais utilizados.

Depois dessa temporada, que teve a média de estrangeiros por jogo mais alta (7.57), os números voltaram a decair, primeiro com Leonardo Jardim, agora com Marco Silva, que ainda no último jogo na Choupana jogou com sete portugueses de início (0x1).

Apesar disso, fica bem distante o último desafio do Sporting com onze portugueses de início: aconteceu em 1988/89 para a Taça de Portugal, num 5x0 contra o Almancilense, sendo que o treinador era Pedro Rocha... o uruguaio.

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