Futebol: Marco Silva: «Não tenho que achar oportuno ou não quando o presidente fala»
As palavras de Bruno de Carvalho na sexta-feira foram o tema dominante na conferência de imprensa de Marco Silva, que serviria de antevisão ao encontro com o Nacional da Madeira, a contar para a 14.ª jornada da Primeira Liga. O treinador do Sporting admitiu que não sabia que o presidente do clube ia fazer aquelas declarações, mas não se quis desenvolver em demasia o assunto.
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«Naturalmente, não tenho que achar oportuno ou não quando o presidente fala. Ele é o órgão máximo do clube. Sinceramente, a minha responsabilidade como treinador do Sporting obriga-me a ter prudência nas ilações que tiraram das declarações do presidente. A minha função é gerir o grupo de trabalho. Desde a primeira hora que entrei no Sporting nunca me escondi de nenhuma pergunta de vocês [jornalistas], nem deixarei de assumir aquilo que é o meu trabalho. Sabemos que tivemos duas exibições abaixo do que podemos e devemos fazer e assumi isso. O meu trabalho é gerir a equipa e fazer com que os jogadores se foquem no jogo. O nosso adversário amanhã é o Nacional», afirmou Marco Silva, garantindo que ninguém do grupo de trabalho está satisfeito com as últimas duas exibições.
«Não quero alimentar novelas senão vai falar-se das minhas respostas e não do jogo. Tenho que ter alguma prudência, por isso não tenho que estar a comentar aquilo que o presidente diz. Tenho a certeza que os jogadores não estão contentes. Quando critico os meus jogadores, tal como fiz nos últimos dois jogos, tenho a noção que o maior criticado sou eu porque sou eu que oriento a equipa. Não estamos numa posição que queremos na tabela. Nós assumimos um objetivo claro desde o princípio, apesar dos riscos inerentes a isso, mas sabemos que há investimentos e apostas fortes de adversários nossos. Estamos no quinto lugar, não queremos estar aqui. Mas estamos nos quartos-de-final da Taça de Portugal após termos eliminado um adversário fortíssimo na primeira eliminatória e continuamos nas competições europeias. Quando saíram os grupos quase ninguém acreditava que pudéssemos passar e estivemos quase. Vocês sabemos por que isso não aconteceu», acrescentou, recusando-se a pintar um «cenário negro» à volta do Sporting.
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«Estamos a 10 pontos do primeiro lugar, a 4 do segundo e temos que fazer um grande trabalho para recuperarmos. Estamos na Taça de Portugal e não é um cenário tão negro como aquele que querem passar. Tivemos duas exibições menos boas, os adeptos com razão mostraram pela primeira vez o descontentamento no último jogo em casa, mas acredito nos meus jogadores. A semana passada sabíamos que vinha o clássico e que tínhamos que aproveitar o jogo com o Moreirense. É normal que o presidente não esteja satisfeito, tal como nós também não estamos. Todos temos as nossas responsabilidades».
Nani ainda não vai a jogo
Em relação ao jogo que se vai realizar na Choupana, Marco Silva confirmou que ainda não vai poder contar com Nani, jogador que se lesionou contra o Boavista e que entretanto falhou as partidas com o Chelsea, Moreirense e Vizela.
O treinador do Sporting reconhece que o internacional português é influente na equipa, mas garante que isso é normal e que a sua ausência também seria notada em qualquer plantel de uma equipa portuguesa.
«O Nani se estivesse noutra equipa qualquer em Portugal, teria uma influência tão grande como na nossa. Se for aos nossos dois maiores rivais e tirar o jogador que acha que tem mais qualidade, o rendimento também baixa», comentou, tecendo elogios ao adversário deste domingo.
«Sabemos que jogar na Choupana é sempre muuito difícil. O Nacional costuma ter boas equipas, jogadores muito bons ofensivamente e é muito bem orientada. Mesmo não fazendo o campeonato que ambicionava, é uma equipa muito perigosa e que é muito forte em casa. Vai obrigar-nos a estar a um nível muito alto».